Qual é a Polícia que queremos?

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O confronto armado entre ruralistas e indígenas ocorrido ontem (14) na fazenda Yvu, município de Caarapó, aproximadamente a 280 quilômetros de Campo Grande (MS) não teve a participação de policiais militares.
A equipe da Polícia Militar de Caarapó foi acionada para apoiar uma viatura do Corpo de Bombeiros no atendimento aos indígenas feridos no conflito. Os três policiais militares foram vítimas de uma violência bestializada e totalmente gratuita. Em nenhum momento os policiais militares motivaram qualquer ação de confronto ou de desrespeito à integridade dos indígenas ou ruralistas.
Além de serem torturados, os três militares foram roubados. Com violência e grave ameaça tiveram seus aparelhos celulares, jóias, carteiras, documentos pessoais e dinheiro tomados por seus algozes.
A Polícia Militar é imparcial, técnica e totalmente comprometida com a preservação da vida humana.
A injusta agressão praticada a três seres humanos em nada justifica as ações de violência ocorridas horas antes no local do conflito, muito menos como mecanismo de resolução do impasse agrário no Brasil.
Os índios atearam fogo na viatura policial prejudicando, ainda mais, a falta de policiamento que as lideranças indígenas tanto cobram das autoridades. Uma incoerência e um comportamento de selvageria e insensatez.
A imprensa nacional e internacional solicitava informações sobre o estado de saúde das vítimas indígenas. No entanto, ignoraram completamente o estado de saúde dos três heróis feridos injustamente.
A figura do Policial Militar só existe por vontade da sociedade. É ela quem autoriza um ser humano ser capacitado a portar uma arma de fogo. Policial militar não é justiceiro e nem juiz para decidir quem vive ou quem morre. O policial militar e todos os profissionais da Segurança Pública são pessoas dessa mesma sociedade; são pais, esposos e esposas batalhando pela dignidade de suas famílias.
Chamamos a atenção da sociedade civil organizada em favor desses profissionais que não buscam méritos pelas vidas que salvam diariamente. Apenas pedem respeito e valorização pelo simples ato de morrerem, se preciso for, em defesa de alguém que não conhecem, não importando a crença, a etnia ou qualquer ideologia.
Nas palavras de Filipe Bezerra (…) “a desumanização da figura do policial veio à reboque. É possível observar uma certa psicopatia no ar ao ver que a sociedade não demonstra nenhuma empatia com os operadores de segurança pública que tombam assassinados por marginais”. A reprodução dessa consciência superficial e anacrônica apenas adoece a sociedade inteira.
A ABSSMS/Dourados convida a sociedade douradense a participar do fortalecimento ao respeito e à valorização de seus agentes de segurança pública, em especial à função constitucional de seus valorosos policiais militares.

Rogério  Fernandes-CB PM (ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO DA REGIONAL DOURADOS ABSSMS)

Membro da Academia Douradense de Letras

Membro da Academia do Brasil de Letras

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