Em evento, governo estadual não apresenta proposta de índice de reajuste salarial e posterga anuncio para o dia 31 de março

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Não foi desta vez que os representantes sindicais tiveram a resposta do Governo do Estado sobre o índice do reajuste linear da categoria. Durante o Fórum Dialoga, no fim da manhã sexta-feira (11), o Governo do Estado deixou claro que essa é uma resposta que não vai ser divulgada antes do dia 31, última reunião deste mês do Fórum Dialoga com o Governo.

Mais de 20 lideranças sindicais estiveram reunidas hoje com a vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), secretários e equipe técnica para tratar de assuntos pertinentes à categoria. Logo no começo da reunião, Rose pediu confiança. “Nós conseguimos manter a capacidade de gerir e conservar, coisa que outros estados muito maiores não conseguiram”.

O Governo apresentou várias informações e gráficos sobre a receita e as contas do Estado e um catálogo com várias demandas que vêm sendo questionadas por diferentes sindicatos e federações do funcionalismo público. Porém, o assunto mais importante e aguardado pelo Sinsap/MS e pelo Fórum dos Servidores não foi respondido – o reajuste linear.

“É arriscado dizer um valor hoje diante de tudo que foi colocado porque as contas do governo estão aí. Nós estamos numa crise, isto é um fato”, comentou o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica ao ser questionado sobre o tema.

Para o presidente do Sinsap/MS, André Luiz Garcia Santiago, essa é mais uma demanda que se arrasta com o governo. “São demandas essenciais para o agente penitenciário, por exemplo, que tem exercido sua função de maneira extremamente precária. Nós vamos marcar uma assembleia, depois do dia 31, para encaminhar as deliberações do governo e a categoria decidir o que será feito daqui por diante.”

O encaminhamento do Governo sobre o reajuste dos servidores deixou sindicalistas preocupados com a reação dos servidores. “Saio hoje daqui bastante preocupado e temeroso com tudo o que foi apresentado. O que vamos levar para as categorias em suas assembleias?”, desabafou o presidente da ABSSMS (Associação Beneficente dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais oriundos do quadro de Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do Mato Grosso do Sul), Thiago Monaco Marques.

Durante a reunião, o Governo foi questionado sobre a matéria publicada, também nesta sexta, pelo Correio do Estado. Segundo o jornal, “o governo do Estado estuda conceber abono salarial para os servidores neste ano. A proposta seria conceder porcentuais diferenciados de acordo com as remunerações salariais das categorias”. Ainda de acordo com o Correio, em alguns casos, os ganhos podem chegar a 10%. A justificativa, conforme publicado pelo Correio do Estado, “seria uma forma de assegurar acréscimo na remuneração dos funcionários, sem onerar tanto os cofres públicos, pois, diferentemente do reajuste, o abono não incide sobre cargos tributários e trabalhistas”.

Ao ser pressionado pelas categorias sobre um suposto vazamento de informação privilegiada, Riedel respondeu que todas as possibilidades estão sendo avaliadas. “Infelizmente a gente tem que fazer o que é possível, não o que a gente quer.”

“Vocês têm informação, estão em uma posição confortável que nós não temos”, rebateu o presidente da Aduems (Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), André Martins. “O Estado de Mato Grosso do Sul está numa situação atípica porque a nossa base econômica é de commodities (soja, milho, carne), produtos primários e outros estados são baseados em indústria e esses sim estão em crise, mas o nosso não.”

Reajuste linear

“Hoje nós estamos discutindo a data base e não vou discutir lei aqui”, enfatizou o secretário da SAD (Secretaria de Administração e Desburocratização), Carlos Alberto Assis. Apesar do Fórum dos Servidores ter até encaminhado ofício pedindo uma resposta, o tema ainda é um grande tabu entre Governo e representantes sindicais.

Segundo Assis, que apesar de dizer que está proibido de falar do governo anterior, ele tem dados que apontam que há um vasto calendário de bondades realizadas no passado. “Acho que aqui começa o grande diálogo. Não vamos para o embate. Nós queremos conversar, dialogar para chegar ao bem comum de todos aqui.”

O presidente do SINTSS/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no Mato Grosso do Sul), Alexandre Costa cobrou celeridade sobre o assunto. “Nós estamos sob a pressão do servidor que aguarda por um número do governo. No dia 31, a gente precisa, pelo menos uma celeridade em relação ao índice.”

Assis ressaltou que a crise pode ter consequências piores, visto o que têm acontecido em outros estados do país. “Não podemos pensar, nem sequer sonhar em parcelar salários, deixar de pagar dia 1º, extinguir cargos porque a crise que aí está passa por tudo isso, mas nós queremos discutir avanços, melhorias, cumprir a nossa obrigação de no dia 1º, o salário estar na conta do servidor.”

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