Hoje é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo

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O 2º TEM CBM Max, que trabalha no 1º Grupamento de Bombeiros Militar, fala como é a sua relação com o seu filho Samuel

Hoje o mundo amanheceu azul e nós também!

2 de abril é o Dia Mundial da conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Conforme dados divulgados hoje pela principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo, o Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC), do governo dos EUA, 1 em cada 36 crianças de 8 anos são autistas nos Estados Unidos, o que significa 2,8% daquela população. O número desse estudo científico, com mais de 226 mil crianças, é 22% maior que o anterior, divulgado em dezembro de 2021 — que foi de 1 em 44 (com dados de 2018). No Brasil, não temos números de prevalência de autismo. Se fizermos a mesma proporção desse estudo do CDC com a população brasileira, poderíamos ter cerca de 5,95 milhões de autistas no Brasil.

Esse aumento pode ser explicado ser explicado pelo aumento da conscientização sobre o tema e uma maior busca pelo diagnóstico. Sendo assim, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é também importante para que mais pessoas sejam diagnosticadas precocemente e tenham acesso a terapias, as quais podem ser decisivas para seu desenvolvimento. E quem são estas pessoas?

São pessoas como o Samuel, de 8 anos de idade, filho do 2º TEM CBM Max, que trabalha no 1º Grupamento de Bombeiros Militar, e da Dayanna de Menezes Sanches Piromal Tosta.

Samuel foi diagnosticado com autismo pouco antes de completar quatro anos, mas desde os dois anos e meio a família tentava fechar o diagnóstico.

“De lá para cá, aprendemos a ter uma nova visão do nosso filho, aprendemos muitas coisas com as terapias, com os cursos que fizemos para poder compreender o autismo. Porque não é uma doença, não tem cura, não se trata de ‘vai passar um dia’, se trata da capacidade do indivíduo em se adaptar ao meio, ao convívio com os modelos, com os exemplos. Somos muito felizes com o que nós conseguimos aprender”, explicou o 2º Tenente.

O dia 02 de abril é uma data importante para celebrar conquistas e relembrar a importância do diagnóstico e de movimentos sociais e entidades que dão amparo e trabalham o desenvolvimento de políticas públicas voltadas a adaptar a vida para quem possui o espectro viver bem em sociedade. 

“É difícil! A gente perceber que os professores e as escolas não estão adaptados, a rua, muito barulho, ambientes como aeroportos, salas de cinema, podem causar dificuldade sensorial, gerar uma crise e as pessoas. Ao invés de acolher, por hábito, reclamam, repreendem, pedem para os pais tirarem as crianças dali. As famílias também se sentem fragilizadas, ofendidas, porque elas também estão mudando para poder incluir o seu filho”, relata com preocupação.

Max e Dayanna tiveram um segundo filho, o Pedro, de seis anos. Samuel está no terceiro ano do ensino fundamental e o Pedro no primeiro. São companheiros, amigos, não enxergam diferenças, apenas a irmandade.

“Muitos pais têm receio de terem filhos após o filho com TEA. O Pedro é o principal terapeuta do Samuel. É impressionante! Mas é porque o Pedro convive com ele e não trata o irmão com inferioridade pelo autismo. Não acha o irmão um ser de outro planeta. Estimula o Samuel a brincar.  Faz perguntas para saber se o Samuel entendeu. Não admite que fiquem tirando sarro do irmão na escola. Conta para gente o que aconteceu, explicando o motivo do Samuel ter tido essa ou aquela escolha.

A inclusão é muito importante! Além de ser um direito garantido por lei, quando a inclusão acontece, ainda na infância é possível lidar com as diferenças e isso é importante para o desenvolvimento individual e em sociedade.

Para o futuro, os pais de Samuel têm muitas dúvidas, mas a principal causa medo, mas também os motiva.  “Como vai ser quando nós não estivermos mais aqui? Essa é a maior dúvida! Então, a gente passa sim por uma luta velada dentro da nossa casa, preparando o nosso filho para o momento que a gente vai faltar”, finaliza.

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